sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Felicidade



Felicidade

Felicidade é uma expectativa universal. Todos estão em busca e muitos não têm a menor ideia do que vem a ser. Poucos conseguem esboçar a noção que possuem do que seja felicidade. Não há felicidade padronizada, porque ela varia na mesma proporção em que diferem os desejos e variam as formas de sentir, viver e pensar humanos.

Uma coisa é certa: felicidade é algo que se entende a partir do seu oposto infelicidade – estado de insatisfação constante - do qual todos querem se livrar. A infelicidade é dolorosa, só a entende quem a sente, não importa se é irracional para os outros, ela faz sentido para o infeliz. Algumas vezes ela tem nome e sobrenome e é sustentada por um sentimento de impotência e rejeição.

Há os que se acostumam a uma vida infeliz por acomodação, não por impossibilidade de mobilização para mudar, porém lhes falta fé na possibilidade de mudança, mas também há os que não desistem de lutar, esperançosos, por entenderem que ser feliz é possível.

Muitos se sentem infelizes pela irrealização de seus desejos, desejos que dependem da vontade de um outro que não se submete, e porque o outro não cede essas pessoas se julgam, rejeitadas, desrespeitadas e sofrem.

Felicidade é ser inteiro apesar, e independentemente do outro, pois o outro está ocupado consigo mesmo, com a própria sorte e anseio de felicidade. Ninguém pode fazer alguém feliz, cada um é feliz por si mesmo, pois uma felicidade dependente do outro é apenas um simulacro de felicidade.

Ser feliz requer gostar de si, estar consciente das próprias potencialidades e internalizá-las, não basta saber-se potente, conhecer o próprio valor, o próprio potencial, esse saber tem que ser integrado ao eu, para que o sujeito se sinta completo, para que o sujeito venha a SER. Felicidade é conquistada através do autoconhecimento.

SER é desatrelado do TER na forma vivenciada hoje, ter por ter, um consumo destinado a preencher a falta instalada no íntimo, consumo garantidor da aprovação daquele outro que inspeciona para aprovar ou não. A ignorância do autovalor se expressa na demanda pela aprovação do outro, que, se acolhida e convertida em aceitação, evoca a ilusão de felicidade.

Felicidade é a capacidade de ser tocado pelo encanto das coisas simples, é uma espécie de empatia experimentada na percepção do que há de belo na vida, e só é experienciada por quem é livre por dentro. Livre de mágoa, rancor, dor, livre da necessidade de demandar do outro o que ele não pode dar. Não que não queira, simplesmente não pode.

Livre para captar o encanto de um sorriso infantil, livre para perceber como é bom acordar e não sentir dor, após uma noite inteira de sono repousante, livre para agradecer a saúde dos queridos, o emprego, o salário no fim do mês, o sair e retornar sem sofrer violência nas ruas, livre para entender que estar vivo é motivo para ser feliz.

Felicidade não é ausência de problemas, é a certeza de que todo momento ruim passa, se deixarmos que passe. Não existe paz sem um enfrentamento organizador dos conflitos internos, paz sem combate é poeira que se levanta ao sopro da mais leve brisa e embaça a visão.

Felicidade é resultado da pacificação interior dos conflitos, que se dá através do questionamento da própria história e da aceitação das escolhas que são feitas na vida. A partir daí é seguir adiante e descobrir todas as reais possibilidades para ser feliz.

"Eu tenho muita preguiça de ser infeliz, minha visão sempre seleciona o melhor" Zuenir Ventura

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Visitas em casa



VISITAS EM CASA

Tratamos bem as pessoas que visitam nossa casa, temos esse hábito e o levamos muito a sério, afinal todas as pessoas que conhecemos agem assim, é um costume passado de pais para filhos, e os motivos para que perdure esse costume podem ser dois, ou três: o primeiro seria que, talvez queiramos que a visita leve de nós uma boa impressão. O segundo, provavelmente o desejo de que os visitantes se percebam importantes, respeitados, valorizados por nós. O terceiro, garantir que façam o mesmo conosco.

Uma mulher queixava-se de que o marido não reconhecia o esforço dela em manter a casa limpa e arrumada, pois, segundo ela, ele diariamente chegava do trabalho, tomava água e deixava sobre a pia o copo sujo. Isso a deixava com muita raiva, ela reclamava, tinha vontade de quebrar o copo, mas não adiantava, ele esquecia. Perguntei: você costuma mandar as visitas lavarem os copos ou xícaras que usam? Ela respondeu: “Não! Claro que não.”

No fundo a questão dela não era o copo sujo, o copo era apenas um pretexto para iniciar uma discussão, cujos motivos eram outros, mas aquela mulher jamais mandaria uma visita lavar o copo porque, para ela, seria um desrespeito, seria tratar com desvalor o visitante.

Nas décadas de 50, 60, quando chegavam visitas, a criançada tinha que ficar fora de vista. Tudo era preparado, assado ou cozido para as visitas. Se sobrasse alguma coisa, as crianças poderiam comer depois que todos fossem embora. Às crianças cabia sonhar com duas coisas: crescer ou ser visita.

Hoje as crianças participam, foram valorizadas, integradas de fato à família, mas ainda hoje, em muitas famílias a sala da casa, os móveis, o sofá e utensílios são enfeites a ser preservados para as visitas, para serem exibidos e não para serem usufruídos pelos de casa.

Seria muito bom olharmos para os de casa através das lentes que usamos para olhar os visitantes, e descobrir que perto de nós, morando conosco existem pessoas, seres sensíveis, carentes, que precisam se sentir importantes, respeitados, valorizados e devotar a eles o respeito e valor que são dedicados aos que nos visitam.

Estamos todos de passagem pela vida, mas estranhamente nos esquecemos disso e nos comportamos como se todos fôssemos ficar para sempre. Para sempre é um tempo longo demais e ninguém sabe se amanhã teremos conosco os que amamos no coração, mas não amamos na ação.

Com a lente certa, seremos capazes de descobrir olhos úmidos que precisam ser enxugados com um beijo, mãos estendidas carentes de afeto, corações partidos que precisam ser consertados, compreendidos, e isso perto de nós, dentro da nossa casa.

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.” Tiago 4.14.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A culpa é sua!



A culpa é sua!

Proteger-se da angustia culpando os outros é uma tendência humana. A culpa faz com que nos sintamos incapazes, insuficientes, inadequados e por isso a evitamos. Culpar os outros é uma defesa inconsciente, e quando alguém diz que a culpa de seus fracassos é do outro, não está mentindo, realmente acredita nisso. Culpar o outro é proteger-se desviando o foco de si para o outro, que se torna alvo de críticas e projeções.

Muitas vezes nas famílias, alguém, às vezes uma criança ou adolescente, é, inconscientemente, “escolhida” para ser o foco das projeções de todos os outros, e se torna o “culpado” por tudo o que acontece de errado em casa, culpado por todos os infortúnios e mazelas. Na verdade, enquanto os olhares estão naquela pessoa, e todas as críticas são dirigidas a ela, os outros podem ocultar sua insuficiência. Isso também ocorre nos casamentos. É comum um cônjuge culpar o outro pela infelicidade do par, apontando no outro, falhas ou defeitos, enquanto assume o lugar de vítima.

Quem não se solidarizou com Nelsinho Piquet, quando no lugar de vítima, se disse forçado por Briatore e Symonds a provocar um acidente no GP de Cingapura-2008? Se o carro estava nas mãos do Nelsinho, ele tinha escolha. Por que escolheu bater e depois culpou Briatore?

Estamos sempre fazendo escolhas, mas nem sempre queremos assumir as conseqüências das escolhas que fazemos e culpamos os outros. Na vida social ou familiar, em todas questões há sempre dois lados e em ambos pessoas envolvidas. Onde houver pessoas haverá diferentes modos de pensar, erros e acertos, e cada uma tem a possibilidade de verificar como contribuiu para a ocorrência de determinada situação conflituosa.

Verificar qual a minha contribuição para uma determinada situação requer uma pausa para olhar dentro de mim mesmo, descobrir minhas verdades, me conhecer. Quem sabe a culpa não seja do outro? Pode ser minha! Mas para admitir terei que abrir mão do meu narcisismo e com uma boa dose de humildade assumir que errei.

Saber admitir a própria culpa requer saber lidar com o desconforto de se descobrir um pouco incapaz, um pouco impotente, um pouco sem razão.

Ora, isso não é tudo! Há muito mais em cada um de nós em valores e qualidades que possibilitam aceitar um pouco de desaprovação sem nos sentirmos inadequados para a vida. Isso diferencia o adulto da criança.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Casar é ser feliz ou fazer o outro feliz?


Os dois se casam cheios de vida, de esperança e sonhos, vivem plenamente a alegria de estar juntos até que um dia se dão conta de que já não se entendem mais, e seguem tentando descobrir onde erraram, onde as esperanças se perderam, aonde o sonho acabou.

Pareciam ter sido feitos um para o outro, combinavam em tudo: gostavam das mesmas coisas, riam das mesmas piadas, curtiam a mesma música, tinham tantos assuntos em comum e agora quase não se falam mais, qualquer conversa termina em discussão. O que aconteceu com eles? Em que mudaram?

Não mudaram, sempre foram os mesmos: com personalidades próprias, modos particulares de ver a vida, idiossincrasias, histórias de vida, bagagem cultural adquirida na família de origem, conflitos pessoais, qualidade e defeitos, foram para o casamento na expectativa de tornarem um, mas lá chegando descobriram que são dois e não podem funcionar como um, pois são diferentes, quase incompatíveis.

O casamento adoece quando um dos cônjuges, rejeita as diferenças e quer, mudar o outro, colocá-lo numa forma, forçá-lo a agir segundo um padrão de funcionamento diferente, na ânsia de tornarem iguais. Não somos iguais, somos diferentes, temos personalidade, temperamento, modos de pensar, sentir e agir diferentes e é essa diferença que enriquece a vida e os relacionamentos.

Algumas pessoas se casam na expectativa de se tornarem pessoas felizes ou para fazer o outro feliz. Casar para ser feliz, é entrar no casamento para sofrer, porque entra trazendo uma demanda de felicidade dirigida ao outro, que não lhe pode atender, não que não queira, mas que não pode, porque não lhe compete, pois quem era infeliz antes de casar vai continuar infeliz depois do casamento, pois sua expectativa de felicidade ou está vinculada a uma história infeliz que trouxe na bagagem, ou a um modo particular de ver a vida, que não se resolverá casando-se.

E quem se casa para fazer o outro feliz, ignora que ninguém tem o poder de fazer alguém feliz. Podemos fazer alguém sorrir, podemos alegrar alguém com um presente, um passeio, um elogio, mas felicidade é algo pessoal, transcendente, vinculado à subjetividade de cada um. Todos nós temos uma história de vida, determinante do nosso modo de sentir, viver, perceber as situações à nossa volta, enfim, lidar com a realidade, por isso felicidade é algo pessoal, um modo particular de ver a vida, encarar os fatos, vivenciar aspectos positivos e negativos que deparamos no dia a dia.

Casar é compartilhar, ou seja, dividir ou repartir, não é, necessáriamente fazer coisas juntos, aliás, muitas vezes é deixar que o outro faça o que tem que fazer sozinho, é permitir ao outro respirar. Compartilhar também não é ter o mesmo modo de pensar, mas entender que o outro tem direito de pensar diferente. Não é ter o mesmo sentimento, porque o outro sente de outro modo, conforme suas vivências, e o que toca profundamente um, pode não ter o mesmo significado para outro.

Compartilhar é colocar sobre a mesa o que se possui: qualidades e defeitos, semelhanças e diferenças, pontos fracos e fortes e constatar que o casal é igual apesar das diferenças: igual nas fragilidades, igual nos medos e angústias, igual no desejo de receber amor, igual na impossibilidade de satisfazer plenamente o outro, e que, apesar de tudo, cada cônjuge pode compartilhar, para o bem do casamento, o melhor de si.

Compartilhar é dividir ou repartir compreensão, respeito e aceitação. O melhor que um cônjuge pode fazer em favor do outro é compreender que o outro é limitado, é respeitar suas limitações e aceitá-lo apesar disso.

Compartilhar compreensão, respeito e aceitação é amar, e amar assim é ser e fazer feliz.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Questões familiares



Questões familiares

A instituição familiar foi palco de uma série de mudanças nos últimos anos. A organização antes predominantemente patriarcal, perdeu a sua forma diante das novas configurações que surgiram como resultado das rápidas mudanças dos valores sociais. Essas mudanças nos põem diante de arranjos familiares antes improváveis. Os laços conjugais deixaram de ter a duração de antes e, facilmente desfeitos hoje, permitem a abundância de núcleos familiares diferenciados.

Há famílias formadas por casais que tanto o homem como a mulher, têm filhos de casamentos anteriores que convivem juntos na mesma casa e, em alguns casos com os novos filhos que surgem da nova união. Há núcleos compostos por mãe e filhos ou por pai e filhos, constituindo famílias monoparentais, núcleos originados das chamadas “produções independentes”, podendo essas produções ser femininas ou masculinas, como é o caso do cantor Ricky Martin, que tem filhos gerados numa barriga de aluguel e que vivem com ele apenas, sem a mãe. Há famílias formadas por pares homossexuais que adotam crianças, além de outras novas possibilidades de formações que surgem a cada dia.

Qualquer que seja a formação, entretanto, é real e verdadeiro o desejo da manutenção do vínculo familiar, tarefa essa que demanda determinação e criatividade. Estar incluído em um grupo familiar e social é fundamento necessário à aquisição, pelo sujeito, de conteúdos estruturantes da sua personalidade.

A criança assimila tanto a história familiar, quanto o discurso inconscientemente organizado, no sentido de transmitir e preservar a imagem da família. Cada criança que “estréia” em um grupo familiar torna-se um elo de uma cadeia pré-existente e nesse lugar, onde não escolheu estar, será construída a sua subjetividade não só a partir do que herdou dos seus ancestrais, mas também do que capta, não só de forma consciente, mas principalmente inconscientemente no enredo que se desenrola na trama familiar.

É cada vez maior a importância do tempo para dialogar, nesta sociedade que vive com pressa e faz da família uma entidade sem tempo para conversas. Dialogar é escutar e não simplesmente ouvir, é compreender, esclarecer, acolher, trocar idéias e informações, dissipar dúvidas. O percebido ou captado captado no seio familiar, ganha contornos delineados pela imaginação da criança, se transforma em “verdades” tecidas nas fantasias da mente infantil, podendo vir a se transformar em conflitos emocionais, assombrar suas vidas e modelar suas decisões.

É a incerteza e relatividade das relações familiares, aliadas às exigências da vida atual, que aumentam a angústia dos sujeitos, aprisionando-os a uma insatisfação constante. Não é por acaso que vemos aumentar o índice de criminalidade, violência, uso de drogas e alcoolismo entre os jovens e adolescentes.

Ackerman em Diagnóstico e tratamento das relações familiares, (artes Médicas, 1968, p. 32) escreve: “Basicamente, a família tem duas funções: assegurar a sobrevivência física e construir a humanidade essencial do homem. A satisfação das necessidades biológicas é essencial para a sobrevivência, mas a simples satisfação dessas necessidades não garante de forma alguma o desenvolvimento das qualidades de humanidade.

A qualidade de humanidade está descendo a níveis cada vez mais baixos, e tende a piorar se não houver, nas famílias, um amplo investimento afetivo, que possibilite segurança emocional baseada num discurso coerente e firme. A carência de firmeza nas relações entre pais filhos tem contribuído para gerar, em escala crescente, superegos fracos, ou seja, pessoas que não internalizaram regras e limites, seres sem compaixão.

A falta de regras e limites internalizados, traz as conseqüências sociais que vemos refletidas no aumento da violência urbana em todos os seus aspectos: Violência não só contra a vida, mas também no trânsito, nas escolas, explícita no desrespeito pelo direito e espaço do outro, e também, no uso abusivo de drogas, que é uma violência contra si mesmo.

Os novos arranjos familiares são uma constatação irrefutável, e muitas das pessoas chefiando famílias, pegas de surpresa pela velocidade das mudanças sociais, não perceberam que é da família a responsabilidade de transmitir aos “recém chegados” os valores e normas que dão suporte à convivência social.

É a família que prepara o individuo para o exercício da plena cidadania na vida social. Investir tempo nessa preparação é condicionante para dar segurança emocional, evitar desprazeres oriundos da quebra das normas sociais, além de reforçar e cimentar o vínculo afetivo do grupo familiar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O que foi feito da liberdade feminina?



O que foi feito da liberdade feminina?

Oprimidas durante séculos, as mulheres viveram sob uma organização social patriarcal, que as subjugava, humilhava, emudecia. Sufocadas não se acomodaram, mas foram lenta e gradativamente fazendo pequenas conquistas. Além das prendas domésticas adquiriram direito à alfabetização e à leitura, o que lhes possibilitava vislumbrar horizontes novos. Aprenderam não só a pensar, mas a questionar a própria vida, e ansiar pela liberdade.

Inicialmente desfizeram-se dos espartilhos, depois das volumosas anáguas e, algumas passeatas após, dos sutiãs, que foram queimados em praça pública. Ser reconhecidas como pessoas com cérebro era o que desejavam, e também espaço numa sociedade dominada por homens. Não queriam bordar, crochetar, tricotar ou costurar, queriam ir às universidades e conseguiram.

Muitas mulheres, desde então, têm se destacado em várias áreas do saber antes restritas aos homens tais com engenharia, medicina, pesquisas em geral, serviço militar, astronomia, dentre outras, e se o objetivo era competir de igual para igual com os homens, conseguiram chegar lá, ganharam respeito e provaram a capacidade intelectual feminina. Deixaram de ser apenas parideiras e com a ajuda dos anticoncepcionais, controlaram a maternidade. Menos filhos e mais liberdade sexual, enfim agora as mulheres se tornaram como os homens! Livres!

Lembro-me de Eva, no paraíso: entediou-se e queria mais, queria conhecer o bem e o mal. Obteve um conhecimento que veio acompanhado de dor, suor e lágrimas. As mulheres provaram ser tão boas quanto os homens, mas com a emancipação, ganharam também jornada dupla, infarto, stress, pressão alta e, apesar da competência, salários inferiores, o que não significa dizer que não valeu a pena. Valeu sim e muito!

O que não vale a pena é ver o que a geração atual faz com o presente que recebeu, parece que a geração passada, que lutou, esqueceu de transmitir o valor da conquista para as seguintes, e as meninas que nasceram emancipadas, desconhecem o real valor da liberdade que possuem. Perdeu-se o foco e o rumo, a ênfase não foi a conquista social, e sim a liberdade sexual, que faz de grande parte das mulheres de hoje escravas da sensualidade.

Liberdade libertina de corpos nus, autodesvalorizados. No passado a luta contra a objetalização, e hoje mulheres objeto por escolha, guerreiras nuas, focadas no corpo, escravas vendidas, expostas, trocadas, carne moldada a bisturi, sangue, suor e silicone. Muito dinheiro investido no aprimoramento de um corpo que satisfaça olhares masculinos, horas de exercícios que façam crescer glúteos.

Lembro-me novamente de Eva que, depois de obter o conhecimento, percebeu-se nua e cobriu a nudez. Fora do contexto espiritual vejo metaforizada a questão atual. Ao adquirir conhecimento Eva percebeu que a nudez já não cabia na situação, ela perdera a inocência, ganhara conhecimento e este se opunha à mera sensualidade. As mulheres de hoje se tornaram morangos, melancias e outras frutas conforme o tamanho e formato do bumbum. O que aconteceu ao cérebro delas?

Percebemos que muitas meninas ao serem indagadas sobre o que desejam ser, respondem candidamente: modelo ou atriz. Acreditam nas aparências do que veem, ignoram o que se esconde atrás do aparente glamour, desconhecem a angústia e solidão dessas mulheres que fingem alegria. O pior é que inúmeras mães desavisadas incentivam as filhas projetando, nelas, seus desejos não realizados.

Urge trazer à realidade as mulheres, fazer que desejem ser novamente respeitadas, mulheres auto-valorizadas, que se destaquem pelo valor pessoal, intelectual e ético, admiradas por sua capacidade e inteligência, libertas da vergonhosa posição de objeto sexual, que as subjuga.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Por detrás da máscara



Por detrás da máscara

Por detrás da máscara um olhar que não acompanha o sorriso dos lábios traídos pelas janelas da alma. Indiscretas janelas, impotentes para esconder a falsidade do sorriso, permitem entrever a angústia incontida. Dura realidade: fingir. O casamento vai mal, a família em desarranjo, dívidas que se acumulam, mas manter as aparências é preciso. Vazio extremo.

Contentamento representado, máscaras que escondem um sujeito solitário em sua dor, ignorante quanto ao fato de que nem tudo é como parece ser, não consegue enxergar que vê máscaras e que por trás delas há iguais no sofrimento, fracasso, medo, pessoas que choram e se angustiam, incompreendidas, impedidas de falar da dor. Nas mazelas, iguais, embora finjam pairar acima do bem e do mal.

Discursos foram sendo culturalmente apreendidos, inconscientemente assimilados, e o sujeito foi gradativamente sujeitando-se à uniformização dos seres. Vontades padronizadas atendem um comando invisível, e ditatorial. Padronizam-se os corpos sob o discurso da estética. Cabelos lisos para todas! Determinam os cabeleireiros (isso até uns dias atrás, porque agora eles acham que o momento é dos cacheados). Estilistas ditam as roupas, arquitetos a cor das salas de estar, dos quartos, o tipo de revestimento dos banheiros, das cozinhas e joga-se no lixo o que estava pronto, porque não se pode ser desigual.

Houve um momento em que era chique usar granito no chão das casas e houve uma gastança enorme. Caiu de moda e as pessoas quebravam o granito para substituir por porcelanato, então um decorador foi à TV e pediu: “Não quebre seu granito, pois é uma pedra extraída da natureza e vai entrar em extinção”! Mas quem se importa? Se mudar o piso puder acrescentar algum brilho aquele olhar por trás da máscara, dane-se o granito e faça-se a vontade do decorador, pois é necessário ser chique e chique é ser igual.

Enquanto se discute o preço, a marca, a cor, deixa-se de pensar a própria vida, ficam momentaneamente de lado os desamores, mas a vida é única, por isso é melhor vivê-la com um sorriso no rosto, sorriso de lábios e olhos, sabendo o que se quer de verdade, para poder dizer não a qualquer tirania. Vida sem máscara, sem medo de expor a dor, sem medo de ser diferente, de deixar vazar o choro que lava a cara e a alma e dá liberdade para seguir adiante e ser feliz de verdade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quem virá a ser essa criança?



Quem virá a ser essa criança?

É o que penso quando vejo um bebezinho. Bebês são indefesos, de uma fragilidade tal que invoca a nossa própria. Ficamos encantados e nem percebemos que estão crescendo a cada instante. Se assim continuamos, encantados, perdemos a noção do tempo e hipnotizados não nos damos conta das transformações que acontecem.

Cada bebê é uma pessoa com potenciais incríveis, eles podem ser artistas, músicos, pintores, arquitetos, cientistas, astronautas e tantas outras coisas, mas quem se lembra disso quando os fitamos? São indescritíveis! Se os olharmos mais atentamente teremos a impressão de que zombam de nós, como se soubessem algo que sequer imaginamos e se divertissem com nossa ignorância.

Acho que estão certos os bebês. Somos mesmo ignorantes acerca deles, ignoramos sua capacidade e os tratamos sem a competência e inteligência que eles esperam, é por isso que, ao crescerem um pouquinho, alguns assumem o comando, passam a dominar e estabelecem a ditadura. Eles mandam, os pais obedecem e inaugura-se o caos familiar. Os pais perderam a voz, a autoridade, a capacidade de impor limites, aliás, dar limites é uma tarefa altamente desgastante, mas de fundamental importância. A paz social depende disso.

Os lindos bebês precisam ser barrados enquanto crescem, porque os fofinhos de ontem são hoje adolescentes, jovens e adultos. Cresceram! Muitos deles, satisfeitos demais, receberam tudo o que pediram, aprenderam a exigir, a manipular, gritar, não foram frustrados e, por não terem sido barrados, não tiveram a possibilidade de se sentir amados. Cresceram achando que podiam ter tudo a qualquer preço. Consequência disso é que muitos adultos infelizes, deprimidos, casam e descasam, se desentendem com patrões e chefes, se relacionam mal com todos, não sabem ceder, nem perder, porque não aprenderam a lidar com frustrações.

Assaltantes, seqüestradores, assassinos de aluguel, estelionatários, hackers, pit boys, todos foram lindos e fofos bebezinhos que aprenderam a subjugar, subtrair à força, para satisfação da própria vontade. Delinquentes por diversão, não valorizam a própria vida, nem a dos outros. Podemos ler em seus rostos que zombam de nós. A delinquência tem uma variedade de causas, mas umas das principais é a ausência de limites na infância. Amar é dar limites.

O portão estava aberto e um pai, não querendo que a filhinha de dois anos fosse para rua disse: “vai filha, pode sair, pode ir pra rua”. E a menina respondeu “não”! E não foi. O pai me olhou sorridente e disse: “que gracinha né, viu como ela é esperta? Se eu dissesse pra ela ficar aqui dentro, ela teria saído. Quando quero que ela faça uma coisa, falo o contrário”. Fiquei pasma, enquanto imaginava aquele pai diante da filha na adolescência. Como ele lidaria com ela? Felizmente, pude orientar a tempo aquele homem, bem intencionado, inteligente, amoroso, mas ainda hipnotizado pelo bebê que crescia, sem ele se dar conta.

Quem virá a ser este menino? Essa questão foi levantada por umas pessoas do vilarejo onde nasceu João Batista, o profeta. Zacarias, o pai, por não acreditar que Deus lhe daria um filho ficou mudo como castigo. Veja com detalhes, na Bíblia, em Lucas 1. Nasceu o bebê que precisava de um nome, a mãe não podia nomeá-lo, era o costume, cabia ao pai fazê-lo e este impedido de falar, escreveu numa tabuinha: João é o seu nome. Imediatamente sua voz voltou, e as pessoas impressionadas questionaram entre si: quem virá a ser este menino?

João significa Deus é misericordioso. Sem dúvida, cada bebezinho revela a misericórdia ou graça divina personificada em bebês, esses filhotes dependentes, doces, ávidos por aprender, conhecer, assimilar o mundo, seres humanos com um grande potencial para o bem, para a alegria e a felicidade, mas para que todas essas bençãos se tornem reais para eles, depende de nós, da maneira como os introduzimos na vida durante os seus primeiros e preciosos sete anos, pois o que é apreendido nos primeiros sete anos de vida de uma criança, determina a qualidade do seu caráter. A responsabilidade pertence aos pais ou cuidadores.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Saídas para a angústia?



Saídas para a angústia?

Existe uma grande demanda, por sucesso, poder e prosperidade, como se todos, sem distinção, pudessem estar ao mesmo tempo sob holofotes e aplausos, o que é impossível. Este estado de coisas gera angústia e ansiedade. Os tempos são midiáticos e as pessoas em evidência, no meio artístico, social, político, ou religioso, nos dão a impressão de que pairam acima das dificuldades humanas, das frustrações e decepções, como se vivessem uma sublime e plena felicidade, que faz inveja aos mortais e os leva a alimentarem o desejo de fama, poder, riqueza, coisas que imaginariamente eliminariam a angústia.

Para atender a essa demanda de satisfação plena, proliferam religiões e fármacos. As religiões prometem prosperidade e cura para todos os males do corpo, prometem saída para todas as angústias e solução para os endividados, submersos nos problemas financeiros, dando-lhes esperança de inserção plena na sociedade consumista.

A eternidade, em outros tempos, alvo da religião, foi posta de lado, o futuro, o “post mortem”, não importam na atualidade, pois o que aflige o homem dos tempos modernos é o presente, e a glória que ele almeja não é a futura, como em tempos passados, mas a presente, a terrena. Quem vai se preocupar com o céu, se temos a TV, as revistas de famosos, as colunas sociais, tudo tão grandioso e espetacular? O momento é agora! E em tempos imediatistas alguns “vendem” a alma ao diabo pra chegar ao topo.

A religião não dá conta de satisfazer a demanda terrena, até porque não é essa sua função, sua função é conduzir o fiel à plenitude espiritual e a última fronteira dos desesperados é, então, a medicalização da angústia com drogas de última geração. Disso resulta, crescente, o número de pessoas cujo sorriso é mantido pela ingestão diária de pílulas para dormir, para acordar, para viver. Pessoas dependentes químicas que, sob a dor maquiada, escondem a frustração num tempo em que é preciso ser feliz, custe o que custar.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

CONSUMIR: uma solução para o mal-estar?



CONSUMIR: uma solução para o mal-estar?

Estamos vivendo, o momento da cultura do espetáculo, que encanta, seduz, ludibria com promessas de felicidade. Os investimentos em marketing e propaganda são muito altos, há um quartel pensante de artistas criadores que, entre si, disputam, acirradamente, na competitiva indústria da informação visual. Tudo é cuidadosamente calculado para encantar e atrair cada vez mais consumidores em sua busca de prazer, o alvo, porém, é fazer subir a temperatura nos bolsos dos que concentram o capital que movimenta os lucrativos negócios.

A indução ao consumo é estimulada ainda pelo olhar do outro, pela necessidade de aprovação, e neste sentido arquitetura dos Shoppings Centers é planejada, proporcionando que, ao circular, todos se vejam, se comparem, e busquem se igualar, ou seja, que consumam hipnotizados pela sedução oferecida pelas vitrines iluminadas, pelo desejo de ser aceito pelo outro e pelo falso sentimento de necessidade.

Na cultura do espetáculo as coisa devem acontecer de forma veloz, a fim de que os sujeitos não tenham tempo para pensar, e a política do mercado é investir também em recursos que “facilitem” a vida do consumidor, tais como cartões de crédito, de débito, crédito rápido, pagamentos facilitados nas compras pela internet ou pelo celular. Tudo isso para proporcionar ao consumidor a sensação de felicidade, ilusão de satisfação afetiva que entretanto não preenche a falta nem põe fim à angústia, angústia esta que ganha força e perdura diante da realidade do endividamento. Porque os encantos do mercado são dirigidos a todos, entretanto, há um profundo abismo entre os que podem e os que não podem, na realidade capitalista, satisfazer seus desejos de consumo.

Na atual sociedade não se valoriza o ser, os valores da pessoa, valoriza-se o ter, e os mais valorizados são os que ostentam mais. Tem valor quem usa o último lançamento da moda, anda no carro mais moderno, tem o celular mais caro, este é considerado mais inteligente, mais culto, mesmo que lhe falte essas virtudes, mas o mercado não se importa com estes detalhes, ele precisa ser alimentado com inovações diárias para incitar o desejo do consumidor. Na competitividade consumista há um ponto de largada, mas não existe a linha de chegada, porque esta avança sempre, e a meta se torna inatingível.

A compulsão por compras, mal que atinge a sociedade e principalmente as pessoas jovens, caracteriza-se pela necessidade de adquirir aquilo de que não necessitam e em quantidades e valores que comprometem suas rendas. Essa compulsão é uma das novas patologias da cultura contemporânea. Quem compra não deseja a posse material do bem, o que leva a comprar é a necessidade de sentir a momentânea sensação de prazer, em outras palavras, o que move o consumidor compulsivo é a necessidade de se sentir bem, de se ver livre do insistente mal-estar que lhe incomoda por dentro.

domingo, 12 de julho de 2009

Faça a sua influência positiva.




Faça a sua influência positiva

Todos chegamos ao mundo trazendo conosco o potencial comum de influenciar e sofrer influências dos que estão à nossa volta, e nada podemos fazer para evitar que isso aconteça, pois viver em sociedade significa se expor aos acontecimentos e às pessoas, ser tocado por fatos sociais e individuais, e o modo como reagimos aos que acontecimentos reflete a forma como fomos influenciados.

Sabemos como nos sentimos diante de atos de violência, ou de um tratamento ríspido, como também conhecemos como nos deixam sensibilizados os gestos de ternura, pois tanto a rudeza como a doçura exercem influência em nós e nos faz agir de maneira responsiva. Conhecemos o poder que as palavras exercem sobre nós e sabemos que existem muitas pessoas feridas em seu interior por palavras que foram ditas, sem pensar, por alguém de quem esperavam outro julgamento, assim como há pessoas que têm elevada autoestima e o coração cheio de alegria, porque, em algum momento, alguém pronunciou uma boa opinião ou um bom comentário, que as fez se sentirem importantes.

Não recebemos da vida apenas o poder de influenciar, recebemos também a capacidade de escolher a maneira como queremos exercer nossa influência. No trabalho, na escola, no laser, na igreja, no trânsito, enquanto esperamos num consultório médico, banco ou qualquer outro lugar, em todo tempo influenciamos e sofremos influência, mas em nenhum outro lugar do mundo é tão necessário observar a maneira de exercer influência, como dentro de casa, junto com nossa família, junto a nossos filhos. Crianças são pessoas em formação e os pais seus modelos e ao crescerem, os filhos serão o resultado da influência que receberem dos pais.

As palavras são importantes e poderosas para influenciar, mas o discurso dos pais ganha valor quando acompanhado do exemplo no proceder diário. A coerência do discurso se dá com a união palavra-atitude, porque crianças não aprendem com o que os pais dizem e sim com o que os pais fazem, porque é o que eles fazem que confirma o valor do que dizem.

Todos podemos escolher e decidir fazer positiva a nossa influência.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Reflexão e mudança



Reflexão e mudança

A vida é dinamismo, é movimento que leva a uma variedade de transformações de toda ordem, que ocorrem a todo momento, com apenas um objetivo: renovação. Viver é deparar-se com mudanças, ninguém é hoje o que foi ontem, nem será amanhã o que é hoje. O que distingue os humanos dos outros seres é que humanos são seres racionais, espirituais e emocionais.

Queremos estabilidade e que tudo permaneça como é, como conhecemos, pois isso nos tranqüiliza, já que tendemos a ter a ilusão de que o conhecido está sob controle, por isso, quando a vida surpreende muitos se desestabilizam emocionalmente. A vida é cíclica nascemos, crescemos, nos tornamos adultos, envelhecemos e morremos, mas como a vida surpreende, nem todos que nascem se tornam adultos, morrem antes, outros crescem, mas não se tornam adultos. Somos adultos quando nos conhecemos, e nos aceitamos apesar dos nossos defeitos que teimam em contrastar com nossas virtudes.

O pensamento da criança é mágico, fantasioso e muita gente crescida pensa de forma mágica. Pensar de forma mágica é pensar sem refletir, sem levar em conta os sentimentos das outras pessoas. O outro é diferente de nós, que tem desejos, vontades, anseios, projetos de vida, diferentes dos nossos. Pessoas passam a vida achando que sabem o que é melhor para os outros. Há cônjuges que acham que sabem o que é melhor para o outro cônjuge, pais que pensam que sabem o que é melhor para os filhos, até mesmo depois dos filhos estarem casados e morando em outro lugar. Como saber o que melhor para os outros quando muitas vezes sequer sabemos direito o que é melhor para nós?

Antes de achar que sabemos o que é melhor para os outros devemos refletir sobre nós mesmos, porque de fato, quando estamos ocupados em determinar a vida de outra pessoa, é porque existe algo em nossa própria vida nos incomodando e evitamos pensar, algo a ser mexido, trabalhado, até podermos nos encarar frente a frente, renovados, transformados, produtivos, e não estagnados, iludidos com a idéia de dirigir a vida dos outros.

terça-feira, 7 de julho de 2009

DETERMINAÇÃO



Determinação

Determinação é vontade forte dirigida à obtenção de um resultado. É focar o ponto a ser alcançado, medir a distância, avaliar os riscos, investir esforços e avançar. Porém entre o ponto focado e nós, sempre haverá muitos obstáculos, mas nosso maior inimigo, é o medo. Medo de fracassar, medo do desconhecido, medo das opiniões e, por medo muitos sequer iniciam a caminhada, e ficam estagnados.

O medo de fracassar é frustrante, mas fracassos fazem parte da vida de todos e todos em algum momento experimentarão o amargo sabor do fracasso. A diferença é o que cada um faz com o seu, que pode ser útil se for usado como alavanca que impulsione para adiante. Um fracasso tem dimensão na proporção do orgulho, e orgulho não serve pra nada, nunca serviu, é sentimento inútil.

Temer o desconhecido é normal, todos o temem até conhecê-lo, mas o medo das opiniões dos outros, esse sim é insano embora todos o tenhamos, porque temos a ilusão de que é possível agradar o outro, isso porém, é algo que ninguém consegue, pois outro é insaciável, portanto é melhor seguir em frente porque, mais tarde, culpar alguém por nosso fracasso não nos devolverá o sonho perdido.

Persistir apesar das dificuldades é o segredo dos que conseguem tornar reais os seus sonhos, e que na impossibilidade de saltar obstáculos, os contornam, com sabedoria, paciência e tenacidade. Contornar uma dificuldade pode levar muito tempo, mais do que o previsto, além de adiar a realização de um sonho, porém vencer só vale a pena se não houver perdas, além das necessárias, por isso é preciso calcular os riscos, porque determinação é fundamental para alcançarmos nossos objetivos, mas nada justifica a perda de nós mesmos.