quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Hora de Abrir o Baú!



Passagem de ano é momento de abrir o baú e pegar a lista de promessas para o Ano Novo, mas é também nesse momento que o vislumbramos entulhado de promessas feitas e não cumpridas...

Uma a uma elas desfilam diante de nossos olhos: promessa de malhar na academia; de perder peso; gastar menos; economizar mais; fazer poupança; reclamar menos; pensar antes de falar; ter mais tempo com a família; ser mais paciente... Melhor fechar o baú! Quase nada foi cumprido!

Promessas feitas sem avaliar o preço para cumpri-las... Dizem por aí: Prometer é fácil, cumprir é que são elas...

Por que motivo fazemos promessas de fim de ano?

O ano novo, esse inicio de um novo ciclo de doze meses, nos remete a recomeço e mexe com o nosso desejo inconsciente de poder voltar atrás e refazer o que não fizemos bem. Temos a ilusão de que muita coisa faríamos diferente, se pudéssemos voltar no tempo e recomeçar... 

Nesta época somos tomados pela emoção do momento, pela expectativa festiva, então nos empolgamos e prometemos... Emoções não são boas conselheiras...  Passadas as festas, emoções estabilizadas, voltamos à rotina e tudo volta a ser como antes.

E as promessas? Estas, lentamente, voltam ao baú esquecidas, irrealizadas.

Realizar é fazer acontecer, tornar reais, palpáveis, sonhos ou desejos... Nem tudo que desejamos é realizável, mas nada nos impede de tentar. Tentar nos possibilita a chance de, na próxima passagem de ano, abrir o baú e encontrar novidades... sinais de nossa evolução.

Realizar requer objetivo, investimento de tempo e vontade forte. Se o desejo é malhar... Disciplina e programação; se é perder peso: determinação e persistência; gastar menos: autocontrole... Pensar antes de falar: bom senso basta; mais tempo com a família? Tê-la como a coisa mais importante do mundo e investir afeto.

Se o que prometemos a nós mesmos é o que desejamos no íntimo, por que motivo abrimos mão do nosso desejo, para correr atrás de... De quê mesmo? E para quê? A maioria nem sabe por que corre, nem para onde está indo, segue a onda.

Somos assim, nos deixamos influenciar pelos outros, pela mídia e se bobearmos vamos, ano após ano, a lugar nenhum... Por isso, o baú precisa ficar aberto o ano todo. Melhor ainda, podemos pegar as promessas, listá-las numa folha de cartolina e afixá-la num lugar visível, assim fica fácil conferirmos de tempo em tempo se estamos progredindo, não estando, podemos nos mobilizar e investir esforços, nas áreas deficitárias.

Na vida só se progride por etapas, com planejamento, foco e determinação. Cumprir as promessas que fazemos no Ano Novo exige ultrapassar a primeira etapa, que é sair da área de conforto, e levar a sério o que prometemos a nós mesmos.

Sair da inércia é o primeiro passo para, na próxima virada de ano, revirarmos com alegria um baú repleto de boas e gratas realizações.

A você um Ano novo em movimento na direção da realização dos seus sonhos!!!

Não sabeis que entre todos os que correm no estádio, na verdade, somente um recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. 1Cor. 9.24

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A vida e o Tempo



Vida, privilégio de existir, vivenciar uma época, contribuir, exercer influência no mundo. Nada vale mais que a vida humana, e não é à toa que a ciência luta por preservar, prolongar. Mas essa preciosidade está sujeita ao tempo, senhor severo e impiedoso que assiste incólume, à tentativa humana de se tornar imortal, fingindo-se ludibriado. Puxa! Estica! Injeta! Quem sabe enganamos o tempo? Pílulas! Fórmulas para a juventude, uma luta feroz contra o poderoso tempo.

Vida e tempo coexistem se fundem, mas são independentes... A vida passa, o tempo fica e, com ele, fica também tudo o que conquistamos, esquecidos de viver. Tentamos controlar esse senhor, aprisionando-o em horas, dividindo-o em períodos de meses e anos, e sequer conseguimos organizar a vida.

O tempo tem todo o tempo do mundo para alternar entre dias, noites, primavera, verão, outono...  Ninguém limita o tempo, limitada é a vida. Tudo o que temos é o momento presente. Do passado lembranças, algumas se vão, outras nos seguem martelando a mente, determinando o presente. O futuro, só o tempo dirá...

Apressados com a pressa que aprendemos nos tempo de hoje, era da velocidade, dizemos que não há tempo, quando de fato, tempo há de sobra, que não cabe no nosso pouco tempo de vida aqui.

Pensamos que tempo tem a ver com movimento, mas o tempo é estático, nós é que passamos por ele, com a nossa finitude. Tempo é eternidade. As tartarugas descobriram isso antes de nós, e vivem mais... Duzentos a trezentos anos, sem pressa, enquanto morremos depressa e de pressa. 

Criamos velocidade no ar, na terra, nas informações, temos pressa! Chegar rápido,  para sair logo, não podemos esperar, o tempo passa... A internet tem que ser rápida com um mundo de informações que não dá tempo acessar, mas se for lenta o tempo passa...

Correndo desaprendemos como desfrutar o que a vida oferece: mar, ar livre, sol, natureza. Viciamo-nos em adrenalina ocupados em acumular coisas que ficarão aqui quando partirmos, e que, ironicamente, serão destruídas pelo tempo.

Tempo, sol, mar, natureza, nos veem passar e estamos sem fôlego, exaustos, achando que isso é vida! Vivemos sem existir, sem viver, conviver, como autômatos velozes, ligados em coisas, negócios, bens, conquistas, competições, mas não na vida. Esta, só percebemos quando em risco de perdê-la, aí nos damos conta de que é preciosa, frágil... Alguns minutos sem ar e vai se embora a vida.

É possível entender a vida lembrando que somos mortais, e que a vida é um sopro; já o tempo... Sempre haverá para as vidas que virão. Viver é amar, compartilhar, sorrir, brincar, conviver, tomar sol, sentir o ar, respirar.

Viver é ser presente, estar presente, inteiro, imprimir boas lembranças nas mentes das pessoas que amamos... Afetá-las positivamente, alegrar-lhes o coração, sabendo que mesmo as lembranças boas, cedo ou tarde, também se desfarão, diluindo-se no tempo.

  
... O que é a vossa vida? Sois como uma névoa que aparece por pouco tempo e logo se dissipa.  Tg 4.14 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Atitude Liberta



A vida nos proporciona as mais diversas sensações, umas prazerosas outras nem tanto, dentre as prazerosas está a de aceitação. O acolhimento, o sentir-se aceito nos dá relevância, importância que não é possível experimentar frente à rejeição, pois esta nos remete ao abandono sentido na infância, causa desprazer e sentimento de desvalia.

Para algumas pessoas a necessidade de acolhimento é mais forte que o desejado e as leva a abrirem mão de projetos, desejos, necessidades próprias, para investirem tempo atendendo solicitações alheias. Elas se sentem mal consigo mesmas, se questionam, mas não conseguem agir de outra forma por medo de rejeição. Algumas se ressentem por não se sentirem devidamente gratificadas, e ainda assim não conseguem mudar de atitude.

Toda mudança de atitude traz consequências, mas nada muda enquanto ficamos esperando  que o outro “desconfie”, é necessário ação. Ter atitude é ter disposição interior para enfrentar questões complexas e suportar as consequências da decisão. O outro não “desconfia” que incomoda, está focado em realizar o que deseja e solicitará favores a quem parecer disponível. É o incomodado pela demanda que deve demarcar o espaço, o tempo, a intimidade, a vida, enfim libertar-se.

Precisamos expressar nossos sentimentos, verbalizá-los, expor o que pensamos, o que nos incomoda, dizer não. Na verdade ninguém nos obriga a nada, somos obrigados por nossa fantasia, por nossa necessidade de amor. Quem nos ama sempre nos amará, mesmo quando estamos impossibilitados, ou, nunca nos amou.

A vida nos propõe escolhas o tempo todo, e dizer sim a uma possibilidade, implica em automaticamente dizer não a outra. Escolher é mais que uma faculdade, é um poder, é direito que temos de decidir com base em critérios de valor do que é mais importante. Nem sempre vale a pena causar tensão e estresse à família ou até mesmo conflitos conjugais, apenas para atender demandas alheias.

Se lidamos com pessoas maduras, sabemos que elas reconhecem nosso direito de escolha, e que aceitam ter suas expectativas frustradas, seus planos adiados, porque entendem as impossibilidades de quem não está disponível e por isso não reagem rejeitando ou excluindo. 

Um não que recebemos não determina o fim. Pessoas inteligentes têm atitudes inteligentes e transformam o não que receberam em força propulsora, alavanca que mobiliza mecanismos de acesso à realização de seus projetos, por outras vias. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mães Especiais




Ser Mãe é imaginar um lindo quadro, pensar o desenho, visualizar o resultado e pincelada após pincelada colorir o sonho, harmonizar as cores, sabendo que chegará o momento em que o desenho saltará da tela, ganhará vida e irá em frente...  é parir, cuidar, educar e deixar ir...

Este é o desejo de todas as Mães, mas não é assim com todas, pois algumas, por força das circunstâncias serão, para toda a vida, Mães Especiais de Filhos Especiais: autistas, down, e tantas outras síndromes, que escolhem alguns para serem amados de forma particular, por essas incansáveis Mães.

Não estão sozinhas, a elas se juntam  muitas outras que tiveram filhos saudáveis, mas que por circunstâncias da vida adoeceram, se acidentaram, e ficaram dependentes de mães igualmente incansáveis que terão que caminhar lado a lado, numa batalha diária, alegrando-se com as pequenas conquistas.

Mas há Mães de braços vazios, que gestaram felizes, esperando o momento de segurar o filho sonhado, que logo partiu, deixando uma dor e um vazio. Vazio também restou às mães que, por dias, meses e anos, embalaram, acariciaram, amaram e num momento trágico perderam...  São mães de olhos úmidos, coração apertado, que procuram nos rostos que passam nas ruas, a imagem do que se foi... Mãos vazias, nó na garganta e uma pergunta sem resposta: por quê eu?

Impossível não lembrar das centenas de Mães que aguardam um milagre, insones, à beira de um leito, sem calar a prece que trazem no coração. Milagre também esperam as mães de desaparecidos, ansiosas por encontrá-los um dia... Mães de luto e Mães que lutam, por filhos perdidos na vida, no tráfico, no vício, à margem... que não dormem por medo da notícia ruim que, a qualquer momento, chegará...

Especiais as Mães do coração, de coração, às quais foi negado o dom de parir, mas não desistiram e receberam como seus os filhos que escolheram  amar, e amam, amam, amam como aquelas que, mesmo tendo os seus, acolheram outros, por terem amor de sobra para dar.

Mães especiais trabalham fora e sentem culpa por não estarem perto, trabalham dentro e sentem culpa por estarem ocupadas demais, outras nem trabalham tanto, e sentem culpa por acharem que deviam ser mais presentes, e as presentes sentem culpa por estarem perto demais....

Mães...  não há melhores nem piores...

Mães são pessoas, sensíveis, frágeis, que se fortalecem ao perceberem que entraram num caminho sem volta e que estão enlaçadas e definitivamente ligadas à vida do filho, em um nó invisível, impossível de ser desfeito.  


A todas as Mães Especiais:  Feliz dia da Mães!

Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda amamenta, a ponto de não se compadecer do filho do seu ventre? Mas ainda que ela se esquecesse, eu não me esquecerei de ti. Eu te gravei na palma das minhas mãos. Isaías 49. 16-16a

segunda-feira, 5 de março de 2012

Mulheres... o que desejam?



Mulher... o que ela deseja? Questão em aberto. Bem que Freud tentou, mas não conseguiu decifrar essa criatura enigmática e absolutamente contraditória: num instante frágil, e no momento seguinte forte como um rochedo, capaz dos maiores enfrentamentos. Da felicidade plena pode,  num instante, afundar em um poço de infelicidade – basta um mal-entendido –  a voz emudece, ou, sussurros viram gritos e risos se convertem em lágrimas, tudo num passe de mágica.

Como explicar tanta oscilação e como conter tanta emoção? Assim é a mulher, destinada a viver, conviver e prestar contas de uma torrente de emoções que permeiam sua vida e alteram seu humor.

O que ela deseja na prática? Deseja ser ouvida, compreendida e aceita. Num primeiro momento isso soa racional, mas não é. Ela quer ser ouvida com o coração, dispensada, portanto a lógica masculina, porque a demanda feminina não é lógica, é emocional. Razão e emoção são aqui inconciliáveis, o homem precisa ouvi-la com o coração para que ela se sinta aceita - o que corresponde a ser amada - ou não funciona.

Mulher é esse ser estranho, que quando não vê atendida a sua demanda por aceitação, se transforma numa fera, pensa como um tornado e tira de si forças arrasadoras... E a fragilidade? Quem disse que mulher é frágil? Mulher é sensível, não frágil, sensível, mas forte!

Dificilmente se vê um homem que, sozinho, sustente a casa, cuide dos filhos, faça as tarefas domésticas, olhe os deveres de casa das crianças, dê carinho, eduque e ainda tenha vida social, mas há milhares de fantásticas mulheres fazendo isso, pelo mundo afora, neste momento. É um mistério que ultrapassa a compreensão, até mesmo, de outras mulheres.

De onde sai essa força? Digo que é do coração. Mulheres foram feitas para amar. Amam os  filhos enquanto os gestam; depois que os geram; enquanto os amamentam; quando os embalam na madrugada; amam e sofrem quando eles adoecem, e continuam a amá-los com um amor ainda maior,  quando partem seu coração.

Mulher apenas ama, e, ama também o homem da sua vida, e com a mesma intensidade o odeia quando não é ouvida, compreendida, aceita... mas novamente o ama e convive com essa alternância louca de emoções.

Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; eu lhe farei uma ajudadora que lhe seja adequada. (Gen 2.18).

A vida sem a mulher não teria sentido algum, seria carente de amor, doçura, carinho, meiguice, encanto, beleza e, também, daqueles outros sentimentos que se contrapõem a estes, mas que contribuem para movimentar e dinamizar as relações, porque, afinal ninguém é perfeito!


Um lindo Dia Internacional da Mulher a todas!